segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Testes no modelo mecânico do CBERS 3 e 4

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INPE realiza testes no modelo mecânico dos satélites CBERS 3 e 4

15/12/2008

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) iniciou os testes do modelo mecânico dos satélites CBERS-3 e 4, com lançamentos previstos para 2010 e 2013, respectivamente. Realizados no Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP), o objetivo é simular com ensaios vibratórios e acústicos as condições que atuam na estrutura do satélite durante a fase de lançamento.

O projeto, fabricação e testes da estrutura mecânica dos satélites é responsabilidade do Brasil, que divide igualmente com a China o desenvolvimento dos CBERS-3 e 4. Para essa etapa, o INPE contratou o consórcio CFF - Cenic/Fibraforte, que segue projeto preliminar e requisitos estabelecidos pelo Instituto.

Os CBERS-3 e 4 representam uma evolução dos satélites CBERS-1, 2 e 2B, este último lançado em setembro de 2007. Para o CBERS-3 e 4, serão utilizadas no módulo carga útil quatro câmeras (Câmera PanMux - PANMUX, Câmera Multi Espectral - MUXCAM, Imageador por Varredura de Média Resolução - IRSCAM, e Câmera Imageadora de Amplo Campo de Visada - WFICAM) com desempenhos geométricos e radiométricos melhorados. A órbita dos dois satélites será a mesma que a dos CBERS-1, 2 e 2B.

O Programa CBERS

O INPE é responsável no Brasil pelo Programa CBERS (sigla para China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres). O acordo de cooperação espacial com a China, que em 2008 completou 20 anos, resultou na construção, lançamento e operação conjunta de três satélites de sensoriamento remoto, o último no ano passado. Outros dois serão lançados em 2010 e 1013.

Os CBERS-1 e 2 são idênticos em sua constituição técnica, missão no espaço e em suas cargas úteis (equipamentos que vão a bordo, como câmeras, sensores e computadores, entre outros equipamentos voltados para experimentos científicos). Os satélites foram dimensionados para atender às necessidades de China e Brasil, mas também para ingressar no emergente mercado de imagens orbitais até então dominado pelos que integram o bloco das nações desenvolvidas.

Em 2002, foi assinado um acordo para a continuação do programa, com a construção de dois novos satélites - os CBERS-3 e 4, com novas cargas úteis e uma nova divisão de investimentos de recursos entre o Brasil e a China - 50% para cada país (nos CBERS-1 e 2 a divisão foi de 70% para a China e 30% para o Brasil). Porém, em função de o lançamento do CBERS-3 ser viável apenas para 2010, e diante de um possível final de vida útil do CBERS-2 ocorrer antes deste prazo - com grande prejuízo para ambos os países e para os inúmeros usuários do CBERS -, o Brasil e a China, em 2004, decidiram construir o CBERS-2B e lançá-lo em 2007.

Com a política de dados gratuitos adotada pelo INPE em 2004, o Programa CBERS fez do Brasil o maior distribuidor de imagens de satélite do mundo. Apenas pelo Brasil já foram distribuídas cerca de 450 mil imagens CBERS para aproximadamente 15 mil usuários de várias instituições públicas e privadas, comprovando os benefícios econômicos e sociais da oferta gratuita de dados.

As imagens CBERS também são fornecidas gratuitamente para países da América do Sul que estão na abrangência das antenas de recepção do INPE em Cuiabá (MT). Na China, após a adoção de uma política similar à brasileira, foram distribuídas mais de 200 mil imagens, sendo o Ministério da Terra e de Recursos Naturais seu principal usuário.

No final de 2007, Brasil e China decidiram oferecer gratuitamente as imagens do CBERS para todo o continente africano. A distribuição das imagens vai contribuir para que governos e organizações na África monitorem desastres naturais, desmatamento, ameaças à produção agrícola e riscos à saúde pública.

Fonte: INPE
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Um comentário:

Duda Falcão disse...

Esta aí Mileski um programa da AEB em que tenho de me render aos seus notáveis feitos. Realmente o Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite) mesmo com todas as dificuldades para seu desenvolvimento desde a assinatura do acordo com a China no final dos anos 80, se desenvolveu e hoje é uma grande referencia tecnológica em informações sobre recursos terrestres em todo hemisfério sul. Gostaria de poder disser o mesmo com relação a outros projetos e programas da AEB. Não seria a estratégia administrativa, política e financeira adota no Programa CBERS um modelo a ser seguido? Fica ai pergunta

Abs