segunda-feira, 3 de maio de 2010

Informações sobre a Missão ASTER

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Em 18 de abril, publicamos no blog uma notícia divulgada pela Associação Aeroespacial Brasileira (AAB) sobre o workshop que acontecerá nos próximos dias 13 e 14, em Guaratinguetá (SP), para discussões da missão científica ASTER. Com o objetivo de oferecer aos seus leitores mais informações sobre o ASTER, o blog entrou em contato com Othon Winter, da UNESP, um de seus coordenadores. Abaixo, reproduzimos as principais informações colhidas.

Origem e escopo

A missão ASTER começou a ser pensada no final de 2008, e no momento, pesquisadores e engenheiros do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), UNESP, Observatório Nacional, Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade de São Paulo (USP) estão envolvidos na proposta. Basicamente, envolve a construção no Brasil de uma sonda espacial de pequeno porte, baseada em plataforma de espaço profundo possivelmente de origem russa, para a realização de estudos e experimentos científicos num asteróide. Trabalha-se com uma configuração prevendo 150 kg de massa, potência elétrica em torno de 2.100 W, sendo que 30 kg e 110 W estariam disponíveis para as cargas úteis.

Com base em dois pilares principais - oportunidade de desenvolvimento e qualificação em tecnologias espaciais, e pesquisas de excelência no campo científico, a ASTER tem como cronograma tentativo o lançamento em 2015, para aproximação de um asteróide em 2018. A sonda "orbitaria" o corpo celeste por cerca de um ano, colhendo e transmitindo informações para a Terra. O "alvo" da sonda ainda não foi definido, mas o candidato mais provável é o sistema triplo 2001SN263, formado por três pequenos asteróides de diâmetros de 2,8 km, 1,9 km e 0,5 km.

Pa o seu lançamento, ainda em estudo, trabalha-se com a possibilidade de uso de foguete ("refurbished rocket") russo lançado a partir de submarino (Shtil LV, designação OTAN SS-N-23), ou mesmo em perfil "piggyback", como carona num lançador maior, como o ucraniano Cyclone 4, operado pela Alcântara Cyclone Space a partir de Alcântara (MA).

Situação atual

Uma estimativa inicial de custo para a missão aponta para algo em torno de US$ 40 milhões. Por enquanto, o projeto existe apenas conceitualmente, não tendo sido incluído no Programa Espacial Brasileiro, e não contando, portanto, com recursos governamentais dedicados. Mas, conversas com dirigentes da Agência Espacial Brasileira (AEB) têm sido realizadas.

Enquanto o projeto não é oficializado, são realizadas reuniões e workshops com os interessados. Em setembro de 2009, no I Workshop de Astronomia Espacial, promovido na USP em São Paulo (SP), foi feita uma apresentação da proposta. Três meses depois, em dezembro, houve uma apresentação do projeto para a AEB. Já no final de março deste ano, um novo workshop, que contou com a presença de especialistas norte-americanos, foi também promovido.

Agora em maio, ocorrerá o workshop sobre a instrumentação científica, e também está programada uma visita técnica de dois diretores do INPE ao IKI, um centro de pesquisas espaciais na Rússia.

Espera-se que uma vez oficializada, a missão possibilite grande envolvimento de centros de pesquisa e indústrias brasileiras. "Uma das principais diretrizes desta missão é tentar agregar o maior envolvimento brasileiro possível, seja na plataforma, em sub-sistemas, na integração, na carga útil, bem como, no rastreio, na guiagem e controle da sonda. Com certeza, pretendemos utilizar propulsores iônicos desenvolvidos por grupos brasileiros. No momento, existem 3 tipos distintos de propulsores que podem ser utilizados na missão", diz Othon Winter.
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