segunda-feira, 25 de junho de 2012

SGB: novas informações sobre o projeto


Conforme divulgado pelo blog no último dia 24, a Agência Espacial Brasileira (AEB) publicou o novo número de sua revista institucional, a "Espaço Brasileiro". Dentre as várias reportagens, uma merece especial destaque, a que trata sobre o Satélite Geoestacionário Brasileiro (SGB). Informações como a responsabilidade pela administração do projeto, as áreas de competência da Visiona Tecnologias Espaciais e o domínio de tecnologias críticas, dentre outras, são abordadas com detalhes possivelmente inéditos.

O texto não tem um autor identificado, mas deve ser lido como oficial do governo, tendo em vista a sua publicação em revista institucional do principal órgão do Programa Espacial Brasileiro.

Abaixo, reproduzimos os parágrafos mais interessantes:

"Quem administra o projeto? - O Comitê Diretor de Projeto (CDP) é seu mais alto nível decisório. Ele aprova os planos, orçamentos, cronogramas. Seus membros representam os principais interessados e clientes do projeto, isto é, três Ministérios: das Comunicações, da Defesa e de Ciência, Tecnologia e Inovação. Ao Comitê Diretor reporta-se o Escritório de Projeto (EP), composto por órgãos técnicos do governo: Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Ministérios da Defesa e das Comunicações e Telebras. O Escritório de Projeto prepara a documentação técnica do projeto e acompanha o seu cumprimento, nas áreas administrativa e técnica, mantendo permanente contato com as equipes técnicas da nova empresa.

Áreas de competência do consórcio - A nova empresa está comprometida a dominar know-how, conhecimentos e tecnologias, sobretudo nas seguintes áreas:

- Projeto dos elementos do sistema: satélite (plataforma e carga-útil de comunicações) e segmento solo;
- Gerenciamento de projetos complexos;
- Garantia de qualidade, gerenciamento de configuração e análises de risco;
- Análise de missão (órbita, atitude, lançamento);
- Engenharia de sistemas espaciais;
- Desenvolvimento de simuladores de alta fidelidade;
- Integração e testes de equipamentos, subsistemas e sistemas completos;
- Suporte ao lançamento e primeiras órbitas; e
- Operação.

Engenheiros e técnicos residentes deverão permanecer nas instalações de cada empresa fornecedora, acompanhando as revisões do projeto, testes, discussões e análises, assegurando que o contrato seja cumprido dentro do prazo e dos custos previstos.

Dominar tecnologias críticas - Caberá à AEB, ao INPE e à nova empresa selecionar as tecnologias críticas e estratégicas que o Brasil precisa dominar. Tais tecnologias serão desenvolvidas - com financiamento da AEB e da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos, do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação) - por companhias da indústria espacial - futuros fornecedores de equipamentos, partes, materiais e processos da nova empresa.

A estratégia de capacitação e absorção tecnológica, baseada no trabalho conjunto entre a nova empresa e os fornecedores estrangeiros, bem como no desenvolvimento tecnológico realizado pelas empresas da indústria espacial local, permitirá que o segundo satélite de comunicações e outros satélites do Programa Espacial Brasileiro sejam também desenvolvidos e integrados pela nova empresa e pela cadeia produtiva espacial nacional, com apoio e participação do INPE e de seu Laboratório de Integração e Testes (LIT).

Modelo para outros projetos - A gestão multiministerial, com participação de empresa privada industrial como prime-contractor (contratante principal), adotada para a construção do primeiro satélite geoestacionário brasileiro, servirá de modelo para outros projetos como, por exemplo, o do satélite meteorológico.

As empresas integradoras fortalecerão as cadeias produtivas por meio de subcontratos com empresas de pequeno e médio porte, além de incentivar o surgimento de novos fornecedores e atrais parceiros de outras áreas industriais. Essas empresas virão, ainda, preservar e usar as competências e infraestruturas disponíveis em órgãos governamentais, como o INPE e o Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica (DCTA), para agregar valor e qualidade aos contratos comerciais.

Com esta nova dinâmica, espera-se que o Brasil adquira independência tecnológica, algo fundamental para o setor espacial."

Nenhum comentário: